quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O legado de Álvaro Uribe: O reino da impunidade

No sábado, 7 de agosto, tomou posse o novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. Considerado o delfim do notável mandatário Álvaro Uribe, ele tomou certa distância sobre algumas posições políticas e de relações exteriores da administração que acaba.

Ernesto Tamara, na agência Adital

Santos recebeu uma situação complicada com ruptura de relações diplomáticas junto à Venezuela, disputa entre o Executivo e o Poder Judiciário, e por ora um parlamento que controla, ainda que nele estejam forças de direita vinculadas ao paramilitarismo e que representam uma nova oligarquia das fortunas adquiridas com o narcotráfico e a aquisição de terra pela força.

Os analistas e os meios de comunicação colombianos insistem em destacar a mudança de política exterior que se aproxima. Mesmo mantendo vínculos estreitos com os Estados Unidos, o novo governo buscaria melhorar as relações diplomáticas e comerciais com seus vizinhos. Contudo, esta análise carece de um elemento central: a atitude dos Estados Unidos e seu papel neste período.

Há mais de 100 anos o líder independentista e poeta cubano, José Martí, explicou em uma conferência econômica internacional em Nova York, que o país que compra, manda. E em contrapartida, aquele que só vende a um país, depende de seu comprador.

Os Estados Unidos é o maior sócio comercial da Colômbia, e não somente em suas exportações legais, mas também, e muito especialmente, da droga. Bilhões de dólares do comércio ilegal unem os dois países que, a julgar por suas ações, tem dado por perdida a guerra contra o narcotráfico e se aliaram aos cartéis mais poderosos que ocupam ou controlam o aparato do Estado colombiano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Se não tiver conta no Google, opte por "Comentar como: Nome/URL", sendo que o campo URL não precisa ser preenchido.

Não serão tolerados ataques pessoais.