terça-feira, 3 de agosto de 2010

‘Um novo aeroporto em São Paulo significaria proximidade maior ainda com o caos’

Escrito por Valéria Nader e Gabriel Brito

Com a era Lula chegando a seu fim, o Brasil se encontra próximo de voltar a discutir políticas para os mais estratégicos setores econômicos, que tendem a incluir fortes disputas, ao lado de acaloradas discussões de fundo ideológico. Os aeroportos, um dos maiores gargalos nacionais, não ficarão de fora das disputas, já que, desde que o interminável ‘caos aéreo’ entrou em nosso cotidiano, as urgências e interesses sobre eles tornaram-se igualmente enormes. Com a obrigação de se reestruturarem ao menos 12 deles (cidades sedes da Copa-14) mais prontamente, o debate pode tomar rumos desvirtuados, haja vista o já escancarado interesse do setor privado em tomar conta dos principais aeroportos e até da Infraero.

Para tratar de tema que desperta como poucos a sanha dos interesses econômicos, o Correio da Cidadania entrevistou Carlos Gilberto Camacho, diretor de vôo do Sindicato Nacional dos Aeronautas. Na conversa, ele não poupa os ‘governos de plantão’ pelas políticas aplicadas à aviação nacional, sublinhando a descaracterização da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), mais uma entidade de representação social tragada pelos interesses e conluios privados.

Além de apontar o perigo das reformas bilionárias e apressadas para a Copa, Camacho pede para que se ‘repense o país’, revisando-se toda a organização de nossos modais e o duopólio vigente. Também ressalta ser insustentável a circulação de somente aeronaves de grande porte, destacando a importância de companhias regionais, com aviões de menor porte cobrindo trajetos complementares. Para completar, denuncia um assustador quadro de exploração de pilotos e demais trabalhadores do setor, chegando a relatar o caso de uma dupla que, após dias e noites ‘batendo e voltando’, caiu no sono na hora de iniciar o pouso. O detalhe é que foram os próprios profissionais que reportaram o caso.

Na entrevista a seguir, o leitor poderá enxergar alguns feixes de luz da caixa preta do nosso setor aéreo. Leia entrevista na íntegra

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