segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Tomaram a vaga ao senado e deixaram o Osmar pelado na candidatura ao governo

Deu no Celso Nascimento:

Queixoso, Osmar pede mais empenho do PT

Duas novas pesquisas sobre a corrida ao governo estadual devem ser divulgadas nesta semana. Datafolha e Ibope já estão medindo os reflexos da primeira semana da campanha massificada via horários gratuitos de rádio e televisão. Antes desse período, Beto Richa distanciava-se do oponente Osmar Dias por diferença que já chegava a dois dígitos. A propaganda eletrônica já teria sido capaz de alterar este quadro, de modo a aumentar ou diminuir a diferença ou, até mesmo, a inverter as posições?

O fato de antes do horário gratuito vir se ampliando, pesquisa após pesquisa, sua diferença negativa em relação ao adversário, fazia com que Osmar apostasse suas fichas na reversão dos índices, sobretudo no poder de convencimento da televisão. Por meio da tevê, propôs-se a projetar a imagem de um político sério, de poucos sorrisos, mas conhecedor profundo das realidades paranaenses e administrador de comprovada competência num setor vital para a economia estadual, o da agropecuária. Tudo em contraposição ao que se supõe seja a imagem que o adversário Beto Richa projeta – homem urbano, aristocrata e pouco afeito aos problemas do campo.

Osmar Dias ainda não tem segurança de que tal estratégia lhe tenha trazido benefícios – mas já sabe que ela, por mais eficaz, não basta. É preciso empenho, muito empenho, dos políticos e militantes em geral que se dispuseram a fazer parte da aliança partidária que sustenta sua candidatura.

Mesmo utilizando-se de linguagem diplomática, não consegue mais esconder uma queixa: o PT, um dos partidos que compõem sua coligação e o que mais esforço fez para disputasse o governo para dar palanque a Dilma Roussef no Paraná, não está lhe dando suficiente apoio.

Ele deixou claro este sentimento no último sábado, em Londrina, quanto participou da inauguração de comitê de uma candidata petista local. Osmar aproveitou a ocasião para apelar para que a militância petista abrace sua campanha, lembrando que o inverso é verdadeiro: “Só sei dar um abraço por inteiro. Abracei a política do presidente Lula desde que o PDT foi para a base do governo. Quando Lula me pediu para ser candidato, para representar no Paraná o projeto de continuidade das políticas sociais, a única coisa que pedi foi que o PT me abraçasse por inteiro, me apoiasse.”

Pelo jeito, Osmar não estaria percebendo reciprocidade à altura do compromisso que firmou: “Faltam 40 dias para as eleições – disse – e preciso que vocês abracem minha candidatura, pedindo votos de casa em casa, multiplicando os pedidos de votos para os companheiros, amigos e familiares”. Afirmações que só ganham sentido se o candidato não tivesse sido tomado pela percepção de que o PT e os petistas da base não estão fazendo o que haviam prometido.

Se, por um lado, se sente abandonado pelas bases petistas, Osmar também não sentiu efeitos positivos quanto à suposta transferência de prestígio e votos que Lula e Dilma proporcionariam à própria campanha. Enquanto a presidenciável dispara nas pesquisas, antevendo-se uma decisão já no primeiro turno, as pesquisas para o governo do Paraná traçam uma curva em sentido oposto para o aliado Osmar.

2 comentários:

Se não tiver conta no Google, opte por "Comentar como: Nome/URL", sendo que o campo URL não precisa ser preenchido.

Não serão tolerados ataques pessoais.