segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Líderes do governo e do PT dizem que traições petistas serão avaliadas

agência camara

Os deputados petistas Eudes Xavier (CE) e Francisco Praciano (AM), que votaram na sessão de quarta-feira (16) contra a proposta de salário mínimo do Executivo (R$ 545), serão chamados para se explicar diante da bancada, informou o líder do PT, deputado Paulo Teixeira (SP).

Na avaliação de Teixeira, “esses dois deputados ficaram à margem da bancada e essa postura terá repercussões no partido”. Ele acrescenta: “Eu prefiro não antecipar essas repercussões porque não é uma decisão do líder, mas uma atitude coletiva da bancada.”

Para o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), os dois parlamentares “cometeram um equívoco grave” que será analisado pelo partido. “Eu acho que esses deputados já devem estar com a consciência pesada, mas o que vai ser feito sobre isso é discussão de partido e não do governo”, ressaltou o líder.

Segundo Teixeira, os petistas que faltaram à sessão também serão chamados para explicações. Ele adiantou que alguns deputados estavam em missão oficial e outro teve de passar por uma cirurgia e, por isso, terão a falta justificada.

Dissidências minimizadas
As dissidências de partidos da base, por outro lado, foram minimizadas pelo líder do governo, especialmente em relação ao PDT. O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) chegou a apresentar uma emenda contrária ao texto do governo, propondo um salário mínimo de R$ 560.

Estima-se que cerca de 16 deputados dos partidos da base aliada votaram contra a orientação do governo, que obteve mais de 300 votos favoráveis nas três votações nominais que enfrentou na noite de ontem.

Segundo Vaccarezza, “as dissidências foram residuais e serão tratadas como uma questão secundária”. Ele destaca ainda que, “anunciado como problema da votação, o PDT foi, na verdade, parte das soluções, já que o governo obteve a maioria do partido”.

100% dos votos do PMDB
Os dois líderes elogiaram o desempenho do PMDB, que mobilizou todos os seus 77 deputados a favor do governo, sem traições ou abstenções. “O PMDB percebeu que não é mais apenas aliado, mas parte do mesmo barco que o governo”, avaliou o líder do PT, Paulo Teixeira.

Vaccarezza, por sua vez, disse que não houve surpresas no resultado peemedebista. “Há quase um mês eu já tinha dito que o PMDB iria votar com o governo. Isso não foi uma decisão fortuita, foi uma política construída ao longo do tempo”, afirmou.

Também de acordo com Vaccarezza, "o PMDB sai fortalecido porque foi um dos partidos que se apresentou unido em todas as votações”. Ele observa ainda que o PSB, o PCdoB e o PSC, dos partidos maiores, não tiveram nenhuma defecção. “Como a votação foi muito expressiva, a infidelidade ou a dissidência foi residual. Este não é o aspecto principal. O aspecto principal é a unidade da base para a aprovação dos projetos aqui".

Prioridades
O líder do governo informou que vai se reunir na próxima terça-feira com os líderes dos partidos aliados para definir uma pauta de prioridades comum. Ele adiantou que a votação das medidas provisórias e de tratados internacionais deverão ser discutidas no encontro. Para ele, o próximo desafio será começar a discutir temas importantes para o País, como a reforma política.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Se não tiver conta no Google, opte por "Comentar como: Nome/URL", sendo que o campo URL não precisa ser preenchido.

Não serão tolerados ataques pessoais.