segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

‘Revoltas árabes tendem a resultar em democracias participativas, já um grande avanço’

correio da cidadania

O mundo inteiro segue acompanhando atentamente os acontecimentos no Egito, segundo país do norte da África a entrar em convulsão, após a exaustão generalizada de seu povo com a vida sob mando da ditadura militar de Hosni Mubarak, historicamente financiada pelos EUA e mediadora de primeira hora das políticas genocidas de Israel. Ou seja, peça central dos interesses ocidentais no instável tabuleiro do Oriente Médio.

Para tratar de um dos assuntos mais complexos da política internacional, o Correio da Cidadania entrevistou a professora Arlene Clemesha, chefe do Centro de Estudos Árabes da Universidade de São Paulo e uma das principais conhecedoras das conjunturas dos países de toda a região.

De acordo com Clemesha, apesar da força do levante popular, acompanhado crescentemente pela população de vários outros países, não se pode considerar que está em curso um processo revolucionário, mas sim a entrada de tais nações no patamar de democracias participativas, "o que já seria uma grande mudança". Com o povo nas ruas há duas semanas, as potências mundiais, ao contrário do que permitiram na Tunísia, negociam uma transição que não afete em demasia a ordem geopolítica da região, incluindo aí o Oriente Médio.

No entanto, o processo segue intrincado, pois a relevância do Egito e seu papel submisso aos interesses dos EUA e de Israel o tornam mais decisivo, e uma débâcle total significaria um futuro incerto e perigoso para a região. "Eles já tentam, com muito atraso, prevenir esse tipo de situação, buscando o controle da transição no Egito". Isso para evitar mudanças que tragam o aumento nas tensões da região - Irã, Palestina e conjunturas internas de outros países que vivem ditaduras mascaradas.

Confira na íntegra a entrevista com Arlene Clemesha clicando aqui.

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