sábado, 26 de junho de 2010

Alvaro minimiza pressão do DEM e já fala como vice de Serra

Em entrevista ao iG, senador acha "normal" reação do presidente do DEM, Rodrigo Maia. "Vai ser resolvido aos poucos"

Adriano Ceolin, iG Brasília

Apesar do veto do DEM ao seu nome como vice de José Serra (PSDB), o senador tucano Alvaro Dias (PR) deu entrevista ao iG já projetando seu papel na campanha. “Vou participar dentro da orientação do candidato, com lealdade e absoluta fidelidade”, disse.

Mesmo com as declarações contrárias do presidente do DEM, Rodrigo Maia, Alvaro Dias afirmou ter recebido telefonemas de apoio de integrantes do partido aliado. “Várias pessoas [do DEM] me ligaram”, disse. "Eu tive manifestação de pessoas de outros Estados também", completou

Para Dias, o anúncio oficial da chapa é uma questão de tempo. ”Acho normal porque o DEM tem essa expectativa [de ter o vice]. Até pela tradição de sempre ocupar a vice. Mas acho que haverá compreensão ao final”, disse. Confira a íntegra da entrevista:

iG - Como foi a conversa pela manhã?
Alvaro Dias - Fui chamado lá [em São Paulo] para ser convocado.

iG - Quem chamou o senhor?
Dias - Foram encarregados de transmitir o Jutahy Júnior [deputado federal do PSDB da Bahia e homem de confiança de Serra] e presidente Sérgio Guerra.

iG – Onde foi a conversa?
Dias - Foi num hotel em São Paulo. O Jutahy me pegou no aeroporto cedo. Tive de ir para São Paulo às pressas.

iG – O que Jutahy e Sérgio Guerra falaram para o senhor?
Dias – Disseram que era uma decisão do PSDB e que queriam submeter o meu nome aos outros partidos aliados [PTB, PPS e DEM]. Já tinham feito algumas consultas. Depois foram ao Rio de Janeiro conversar com o presidente do DEM, Rodrigo Maia.

iG – O que o senhor achou da reação do Rodrigo Maia?
Dias – Eu acho normal porque o DEM tem essa expectativa [de ter o vice]. Até pela tradição de sempre ocupar a vice. Mas acho que haverá compreensão ao final. Eu sou um coadjuvante no processo. Acho que todos nós devemos contribuir para que o Serra tenha tranqüilidade para liderar um projeto de nação como esse. Todos nós vamos convergir e colaborar.

iG – Que reação teve ao saber que Roberto Jefferson havia revelado a escolha pelo Twitter?
Dias – Ele foi consultado e imediatamente colocou no Twitter. Estava ao lado do Sérgio Guerra quando ele ligou e consultou o Roberto Jefferson. Não se imaginava que houvesse a divulgação.

iG – O senhor vai falar com o Rodrigo, com alguém do DEM?
Dias – Agora que eu cheguei aqui [em Cuiabá] eu encontrei o DEM do Mato Grosso. Eles são favoráveis. Eu tive manifestação de pessoas de outros Estados, mas não é bom divulgar agora. Várias pessoas [do DEM] me ligaram.

iG – Esse problema com o DEM será solucionado aos poucos?
Dias – Sim. Vai ser resolvido aos poucos.

iG – Foi marcado um anúncio oficial?
Dias – Não. Na verdade, o Sérgio Guerra anunciou hoje essa posição [de que o nome dele foi indicado pelo PSDB]. Para fechar, temos de aguardar um pouquinho.

iG – O senhor está confiante?
Dias – Eu estou tranquilo. Faço a minha parte no processo. Acho que é uma convocação irrecusável. Que há aceitação não há menor dúvida. Nunca advoguei a favor do meu nome. As lideranças dos partidos é que vão construir a unidade.

iG – Pesou a questão do Paraná?
Dias – Evidentemente que pesa. São mais de sete milhões e meio de eleitores lá.

iG – Fizeram pesquisa?
Dias – Não sei. A avaliação foi feita, mas não sei o quê.

iG – Como vai encarar o desafio?
Dias – Vou participar dentro da orientação do candidato, com lealdade e absoluta fidelidade ao projeto. Ele dá o tom da campanha e eu fico à disposição para cumprir missões durante a campanha. Ainda não conversamos. Até porque ainda não há homologação. Liguei para ele mas ainda não consegui falar. Nunca falei com ele sobre a vice.

iG – Em 2002, o senhor apoiou o Lula contra o Serra? Não vê problemas nisso?
Dias –
Sim, eu era do PDT. No primeiro turno ficamos com o Ciro Gomes . No segundo turno, o partido apoiou o Lula. O problema é que o Lula apoiou o Requião [Roberto, candidato PMDB que venceu a eleição]. Ele não me apoiou. Eu não apoiei o governo dele [do Lula] nenhum dia. Eu fui levado pelo partido [PDT] no segundo turno.

4 comentários:

  1. CESAR MAIA DÁ A ELEIÇÃO COMO PERDIDA

    Na reunião de cúpula dos DEMOS, realizada domingo, no Rio, para discutir a crise aberta com a decisão de Serra de impor uma chapa puro-sangue à coalizão demotucana, Cesar Maia jogou a toalha e admitiu a derrota como favas contadas. O desalento do ex-governador do Rio não é um caso isolado e já transpira até nas colunas de aguerridos 'analistas' tucanos. Na avaliação de Cesar Maia, segundo o jornal O Globo, a eleição foi perdida no momento em que o candidato escolhido foi Serra, e não o ex-governador mineiro Aécio Neves. Os DEMOS têm uma reunião com Serra nesta 2º feira, naquela que seria a última tentativa de reverter a escolha de Alvaro Dias para vice na chapa de oposição a Lula e Dilma. A intenção é dar um ultimato: ou o cargo será ocupado por um representante do partido, ou a agremiação romperá a aliança. Dois minutos e 90 segundos de propaganda eleitoral estão em jogo. Ainda que a ruptura não ocorra oficialmente fica difícil imaginar uma adesão mais que formal de lideranças ressentidas, como é o caso de Cesar Maia, à campanha de Serra, que desfruta igual empenho entre as fileiras tucanas de MG, após o passa-moleque aplicado em Aécio Neves. O agora indisfarçável mal-estar entre DEMOS e PSDB reavivou uma tese curiosa. Há tempos, circula nos meios acadêmicos, sobretudo em franjas que ainda enxergam em Serra um ‘desenvolvimentista’ (‘de boca’, retrucaria Maria da Conceição Tavares) um mito eleitoral: Serra teria como plano concorrer à presidência com o apoio da direita e da extrema-direita acantonadas nos DEMOS para --se vencer o pleito-- dar um golpe, alijando os apoiadores incômodos de qualquer influencia em um hipotético governo. O tratamento dispensado ao ex-PFL na questão da vice reforçaria essa tese, segundo alguns amigos do ex-governador de SP. O raciocínio generoso dos academicos esbarra, porém, num pequeno detalhe: desde quando Alvaro Dias é sinônimo de ruptura progressista? (Carta Maior; 28-06 )

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  2. Josef29.6.10

    Deixa eu entender...
    Quer dizer então que a candidatura de Álvaro Dias foi negativa para Jose Serra?
    Não acrescenta nada e ainda por cima afasta os Democratas!
    Péra aí,Carissímo Fajardo,Você como homem de esquerda, deveria estar eufórico! Ajudando a consolidar a candidatura de nosso senador!
    Uai sô!

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  3. Mexicano30.6.10

    Catzo, esse comentário do claudio é comentário ou um texto copiado? boiei.

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  4. Caro Mexicano
    O texto de meu comentário foi retirado da Carta Maior, como está citado no final.

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