segunda-feira, 7 de junho de 2010

FORTALECENDO DEMOCRÁTICAMENTE AS COMUNIDADES PALESTINAS NA DIÁSPORA

Ataque a comboio humanitário é aviso ao mundo de que limpeza étnica na Palestina seguirá.

Para a unanimidade da comunidade internacional, Israel, ao atacar o comboio de navios "Flotilha Liberdade para Gaza" com alimentos e mantimentos para a população palestina de Gaza, não apenas ultrapassou todos os limites da legalidade internacional, como e principalmente descortinou de uma só vez sua verdadeira natureza, de crueldade e brutalidade extremas. Desta vez, entretanto, com uma diferença: não se matam apenas palestinos ou seus vizinhos libaneses e das demais nações árabes, mas todo e qualquer cidadão, de que país for, civil ou não, desde que auxilie aos palestinos, especialmente os sitiados habitantes de Gaza, que há mais de três anos são impedidos de sairem do enclave, bem como de receber comida, material de construção ou equipamentos e suprimentos hospitalares, medicamentos e tudo o mais identificado como essencial à vida.

Os mortos e dezenas de feridos do comboio humanitário receberam este destino absolutamente deliberado pelas forças israelenses porque o Governo criminoso de Israel pretendeu enviar ao mundo a mensagem que já envia há décadas, mas desta vez de modo contundente: nada nem ninguém no mundo deterá a limpeza étnica da Palestina, iniciada há mais de 60 anos e que só será encerrada quando todos os palestinos forem expulsos de sua terra ancestral, na qual vivem há milhares de anos.

Os mais de 5 milhões de refugiados, o cerco desumano a Gaza, os incessantes confiscos de terras em toda a Cisjordânia, notadamente em Jerusalém Oriental, a colonização desenfreada de terras palestinas confiscadas ao arrepio da legalidade internacional, o muro de apartheid que corta todo o território palestino, os mais de 10 mil presos palestinos em cárceres de Israel, os assassinatos seletivos de líderes políticos e personalidades palestinas, a erradicação de centenas de milhares de árvores, especialmebte de olivais, as centenas de bloqueios permanentes nas estradas e cidades palestinas, a destruição deliberada de toda a infra-estrutura pública e econômica da Palestina, incluindo escolas e hospitais, bem como a recente ameaça de expusão de dezenas de milhares de palestinos residentes na Cisjordânia, aos quais as autoridades israelenses negam as identidades de palestinos residentes, são uma pequena amostra do que de fato é hoje o estado de Israel: um estado pária, à margem de toda a legalidade, um pirata entre as nações.

Pode-se dizer que o massacre perpetrado num dos navios que integravam o comboio nada mais é do que a continuidade da insana matança levada a cabo por Israel no final de 2008 e janeiro de 2009, quando mais de 1500 pessoas, a esmagadora maioria civis inocentes, dentre os quais centenas de crianças, foram bárbara e impiedosamente assassinadas, seus lares destruídos, sua economia arrasada, suas escolas e hospitais levados ao chão.

O mundo assistiu a esta orgia assassina de Israel, ainda que incrédulo, calado, ou pouco fez para deter a máquina da morte israelense. Agora o mundo paga o preço de seu silêncio, pois este era o sinal verde que Israel esperava para continuar sua barbárie de crimes de guerra e de lesa humanidade, culminando hoje neste espetáculo de selvageria nunca antes visto, cometido contra cidadãos indefesos cujo crime foi o de ousar levar comida, medicamentos e material de construção para os famintos e desesperados palestinos de Gaza.

O mundo não pode mais calar. É preciso que a ONU e todos os países e povos livres digam não aos crimes de Israel. Medidas concretas e enérgicas precisam ser adotadas contra o terrorismo de estado de Israel até que este volte ao plano da legalidade internacional e reconheça os inalienáveis direitos nacionais do povo palestino a um Estado contíguo e viável, com fronterias terrestres, marítimas e aérea soberanas, sem o muro do apartheid, sem bloqueios, sem prisioneiros, sem assassinatos, sem torturas, sem confiscos e com o retorno dos refugiados a seus lares, de onde foram expulsos nos primórdios da limpeza étnica da Palestina, ainda inconclusa a julgar pelos atos da atual dirigência israelense, notadamente os assassinatos covardes de pacifistas em missão humanitária.

Por tudo isso a Fepal, Federação Árabe Palestina do Brasil conclama a todos os cidadãos e entidades desejosos de uma Palestina livre e de uma verdadeira paz no Oriente Médio a promoverem em suas localidades e no plano nacional, junto às populações e autoridades, uma ampla campanha de conscientização com vistas a demonstrar o atual estado de coisas na Palestina e o verdadeiro rosto de Israel, que é de guerra permanente e de destruição de todas as perspectivas de paz, bem como o de exigir o levante imediato e incondicional do bloqueio a Gaza.

FEPAL - FEDERAÇÃO ÁRABE PALESTINA DO BRASIL

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