quarta-feira, 27 de julho de 2011

Cooperação aproxima países na África

Através de ações de capacitação em gestão pública, servidores africanos trocaram experiências e aprimoraram conhecimentos

Foto: ONU/Divulgação
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Uma inédita e bem-sucedida parceria envolvendo países de três continentes tem contribuído para incentivar e aprimorar as relações entre Guiné-Bissau e Angola. Através de um projeto entre Brasil, Noruega e os dois países africanos, servidores públicos guineenses e angolanos receberam capacitação técnica em gestão pública, qualificando e fortalecendo seus conhecimentos sobre o tema e intensificando o processo de intercâmbio técnico e cultural entre eles.

O pioneirismo do projeto reside no fato de ter envolvido quatro países, cada qual com particularidades distintas, mas cujos benefícios se estenderam a todos. Segundo Yuri de Souza, gerente da área de cooperação bilateral da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), a iniciativa promoveu uma maior convivência dos dois países africanos e estabeleceu uma conexão entre eles que não havia até então, possibilitando a troca de experiências sobre suas realidades. “Percebemos que Angola e Guiné-Bissau utilizaram-se das atividades promovidas pelo projeto para estreitar laços e conhecer melhor a realidade de cada um. Eles detectaram a necessidade de aprofundar essa relação e, através dela, efetuar novas trocas de experiências”, avalia Souza.

A iniciativa contou com o apoio do PNUD. Daniel Furst, oficial de programas de Cooperação Sul-Sul da agência da ONU, explica que países com problemas similares podem encontrar mais facilmente soluções viáveis para seu enfrentamento. Esta é a ideia que norteia os projetos desenvolvidos pelo programa no âmbito da Cooperação Sul-Sul. Através desse tipo de parceria, diz Furst, nações em desenvolvimento têm a oportunidade de trocar experiências concretas e pensar conjuntamente em alternativas que os ajudem superar as dificuldades e alcançar o desenvolvimento de maneira sustentável e duradoura.

Para o Brasil, o projeto também trouxe aprendizados importantes. Desde adequações técnicas necessárias ao processo de execução do projeto, que servirão para futuras parcerias similares, até a descoberta de soluções inovativas em termos de gestão pública.

Etapas

O projeto foi desenvolvido em quatro fases. A primeira compreendeu a realização, em Guiné-Bissau, de um seminário sobre gestão pública em que foram capacitados 60 servidores dos dois países. Na atividade desenvolvida pela Fundação João Pinheiro foram apresentadas e discutidas tendências na administração pública e a experiência inovadora do Brasil em gestão.

Na segunda etapa, um curso com duração de um mês realizado em Belo Horizonte, também sob os cuidados da Fundação, detalhou técnicas de gestão pública a outros 18 servidores africanos.

A terceira fase, promovida através de um termo de cooperação firmado pela ABC e a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), envolveu duas atividades de capacitação sobre o tema, realizadas em Brasília. Já na última etapa do projeto, igualmente desenvolvida pela Enap, foi realizado um treinamento em gestão pública, no qual foram capacitados 23 técnicos africanos.

Ao todo, as quatro atividades beneficiaram 106 pessoas, que voltaram a seus países de origem para aplicar e irradiar o conhecimento adquirido.

A Noruega, co-financiadora do projeto, manifestou interesse em participar de uma nova cooperação com o objetivo de avaliar, in loco, como se deu a aplicação da capacitação e os resultados obtidos. Com isso, pretende criar um mecanismo para aperfeiçoar a gestão de futuros projetos como esse e aprimorar também o atendimento à demanda dos países contemplados.

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